O evento contou, uma vez mais, com a participação de vários investigadores do CEG/IGOT-ULisboa que não só apresentaram os resultados das suas investigações, mas também colaboraram na organização e na moderação de três sessões paralelas. Cláudia Viana coorganizou a sessão Modelling Past, Present and Future Agricultural Land Use juntamente com Robert Pontius (Clark University, EUA), na qual se debateram a integração e o contributo de modelos computacionais e de machine-learning para aferir as mudanças no uso de solo agrícola em vários contextos geográficos e o seu contributo para o processo de tomada de decisão política. Neste contexto, Cláudia Viana apresentou a comunicação Spatial analysis, geospatial data and land-change models for modelling agricultural land changes, tendo como caso de estudo a região agrícola do Alentejo, Portugal. Também Jorge Rocha contribuiu para a sessão ao apresentar o trabalho A machine learning and model-agnostic approach to identify the factors potentially explaining the use of agricultural land, no qual propôs um modelo analítico onde se identificaram os fatores que mais influenciam a variação do uso de solo com culturas de trigo, milho e olival na região do Alentejo, Portugal.

Jorge Malheiros e Carlos Diogo Gomes apresentaram alguns dos resultados do projeto exploratório Regulating the Colonial Rural: Wartime Villagization in Late Portuguese Colonialism, coordenado pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra e no âmbito do qual foi organizada a sessão-painel híbrida Cartography of Colonial Rural Development in Africa. No primeiro caso, Jorge Malheiros refletiu sobre a relevância de inventariar e cartografar as tipologias de evolução territorial e as conexões estabelecidas nas vilas localizadas na Guiné-Bissau e de compreender a sua produção socio-emocional conjunta entre as autoridades locais, as autoridades portuguesas e a população local. No segundo caso, Diogo Gomes apresentou algumas das características de base da produção cartográfica da Guiné-Bissau, datada do início dos anos 1930, e refletiu sobre os contributos científicos possibilitados por algumas entidades com linhas de investigação centradas no «Portugal ultramarino», com destaque para o espólio cartográfico e fotográfico do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa.

A participação dos investigadores do CEG/IGOT-ULisboa no referido evento científico encerrou com a sessão Urban Competitiveness and Urban Policy Mobilities: Rethinking North-South Hegemonic Narratives, organizada por Diogo Gaspar Silva e Jorge Malheiros e na qual se reuniram cerca de duas dezenas de participantes para refletir sobre a circulação de políticas contemporâneas entre cidades com diferentes posições hierárquicas no sistema-mundo e nos processos de decisão política. Beneficiando da discussão liderada por Cristina Temenos (Universidade de Manchester, UK), a sessão abrangeu uma grande diversidade de políticas em circulação internacional como casos de estudo, com destaque para as políticas de gestão raciais norte-americanas em Budapeste (Hungria), as políticas energéticas nas cidades de Mumbai e Deli (Índia) ou a transferência do ‘modelo’ de habitação social de Amesterdão (Países Baixos) para Taipei (Taiwan, China). Diogo Gaspar Silva apresentou 'We Want to Sell Our City': Mobilizing and Experimenting the Business Improvement District ‘model’ in Southern European Cities, a partir da qual debateu a relevância da espessura institucional, designadamente das diferentes geometrias estado-mercado, níveis de concentração da propriedade e de regimes culturais multiníveis, para compreender a potencial (i)mobilidade dos business improvement districts enquanto novas formas de governança urbana nas áreas metropolitanas de Lisboa e Barcelona.